terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Instantes


Delírios, delírios,

Miscelânea conceitual,

Desarranjo cultural,

Estruturas e desestruturas artísticas...

Transformar em um novo sentir trabalhos vindos das observações sobre formas de sociabilidade desenvolvida na vida contempôranea.

Através do fio da memória, a mente desenrola o novelo, não para ressusitar um passado, mas em tecer e tornar a tecer uma rede de imagens, traduzir em uma outra rede. Sendo desencadeado através dos pensamentos e lembranças. Um desarranjo cultural, conceitual e social, como se fazia nos idos tempos da "A velha a fiar" sempre a tecer e no desenrolar do novelo, dava uma nova narrativa, surgindo rastros e ficções elaboradas com aquilo que não é mais; uma presença feita de ausências. O instante de resgates se torna muito importante, pois interrogamos o passado de acordo com as necessidades e anseios atuais.
Em nossas lembranças, nenhum aspecto do passado é recuperado na sua forma original, mas transformado, porque o agora é acrescentado ao passado e o modifica.


Um grande cenário em constante mutação.


Num estado de criação, colocamos a mente em ebulição e a origem das coisas é re(inaugurada).

Através da alquimia e da transmutação, da imaginação e da técnica,
da metáfora e da metamosfose, das idéias e das ações,
dos delírios e dos desarranjos culturais...

Fazer parte de um sistema que é transformado por nós, mas que também se modifica por si mesmo, transmutando o tempo todo, momento a momento, a matéria já existente, e que já não é mais a mesma. A cada espectador ela se transforma em uma nova percepção, em novas idéias que surpreendem.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

sobre as séries


Então, foram feitas tres séries:

Série Transmutação

Mexer nas estruturas e transformar a matéria partindo de um processo teórico para uma arte mais prática, tornando assim um fazer alquímico. Dando um novo sentido à matéria transformada. Como tal, ela assenta sobre a relatividade e à constituição da matéria, à formação de substâncias inanimadas e vivas através da metamorfose.

Série Capturas

Estas impressões são capturadas através de frottages e do uso de metais inferiores em processo de oxidação sobre tela e deixadas sob o tempo, o sol e a chuva, dia e noite, outono, inverno, primavera, verão... Usando relevos de detalhes arquitetônicos e recortes de imagens marcantes da vivência do artista, imagens instintivas, do inconsciente, relacionados sempre com a natureza.

Série Florais de Venturi

Aqui a arte é feita livre de conceitos e elaborações. Ela flui, ela acontece. Através da meditação, da celebração e da expressividade, deixando a criatividade aflorar de maneira espontânea. Trabalhando os materiais com movimentos aleatórios e ao mesmo tempo colocando-os em seus devidos lugares, como na própria natureza. Dentro de um estilo e um movimento totalmente pessoal criando assim dentro desta dança uma assinatura.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009




Quando fiz a exposição "capturas, transplantes e transmutações" (este foi o nome inicial, daí veio, "transplantes", que foi o nome do convite), Luiz Henrique escreveu um texto muito interessante sobre o meu trabalho, que foi:


"O querer falar, a necessidade do falar, expressão.


Somos todos consequência de tudo isso, com ou na ausência da atitude que escolhemos no dia-a-dia. Não é fácil termos a lucidez necessária para se fazer entender, em cada momento, nos diversos meios, as infinitas ferramentas que usamos, tudo, as vezes nos parece inutil na tentativa de atingir o outro, se fazer entender.


Nas artes plásticas, o fazedor deste objeto, tenta atravez da sua estética encontrar o receptor, não só ele, mas principalmente um decodificador dos signos empregados no produto do seu fazer artístico.


Converso e observo as obras do artista, Adauto Venturi, e sinto um pouto da angústia na sua procura por este ser que nos conforta, o receptor que dialoga conosco.


Verifico nos materiais usados, fragmentos de arquitetura do que se foi, imagens de animais, ainda não extintos, nada de pessimismo, apenas uma observação de uma época. Vejo em forma de "f" o desenho que alguns instrumentos de corda tem e por onde sai o som, silêncio.


Esta mostra nos diz muitas coisas, algumas, talvez não gostaríamos de ouvir, mas está dito. A escolha é sua, mas é bom lembrar que voce também precisa do diálogo.


Boa conversa."


E eu escrevi:

"O trabalho desta arte consiste na expressividade e na transformação de materiais com a ajuda da natureza, das idéias e fórmulas concebendo assim toda e qualquer transmutação, tanto material, espiritual e da alma, para se chegar a Grande Obra."
Citações do passado que sempre vivo.

Fusão do artista com a obra



Desde sempre vivemos hoje

Este é o começo do meu blog...
Nesta imagem sou eu e a obra, a fusão do artista com a obra num processo alquímico em transmutação de imagem e matéria.
Vamos ver o que acontece, vou começar dizendo que sou uma pessoa que está no processo de evolução e estou escolhendo o meu caminho de acordo com os prazeres e necessidades e que no caminho pode ter uma pedra ou uma pena. Costumo achar que nós é quem escolhemos nossos caminhos, podemos ir para a direita ou para a esquerda, seguir em frente ou voltar, talvez subir e em outros momentos cavar e descer. Só depende de nós as escolhas.
Eu no momento faço tudo para que seja cada vez melhores os momentos, às vezes erro mas continua sendo bom, pelo fato de que aprendo com os erros. Muitas vezes acho que vivemos o que temos que viver, momentos já escolhidos pela própria personalidade e contingências. Conheço um relato antigo indiano muito interessante, um falcão quer comer um pombo , que encontrou refúgio na coxa de um rei. Entre outros argumentos, respondendo ao rei que lhe propõe comer outra coisa, o falcão diz: "Desde o começo do mundo, este pombo está destinado a ser meu alimento de hoje."
Desde sempre, vivemos hoje. Milênios de instantes...